quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Inteligencia

Ter boas notas na escola, por si só, não significa que uma criança possua uma inteligência superior, nem tão-pouco que vá obter sucesso na vida.

Vulgarmente utilizamos a palavra "inteligência" com numerosas acepções, algumas das quais significam o contrário do que é ou do que dela se poderia esperar. Por seu turno, a comunidade científica apresenta cada vez mais reservas no que diz respeito ao conceito de inteligência.
Assim, pouco a pouco, foi sendo colocada de lado a ideia de que ser inteligente se resume a ter boas notas escolares. Quantas pessoas conhecemos que conseguem ter boas notas mas nem por isso são bem sucedidas na vida? A inteligência passou a ser encarada de outro modo após os trabalhos do psicólogo Daniel Goleman, que considera que a inteligência emocional é a principal responsável pelo sucesso ou insucesso das pessoas. Segundo este autor, a maior parte das situações de trabalho é envolvida por relacionamentos entre as pessoas. Desta forma, pessoas com qualidades de relacionamento humano, como afabilidade, compreensão, gentileza, têm mais oportunidades de ser bem sucedidas na vida.

Fruto da hereditariedade

A hereditariedade contribui com algo no que respeita ao nível das capacidades intelectuais, mas não se pode considerar que seja o factor com mais peso. Segundo os cientistas, a componente genética estabelece os limites dentro dos quais um qualquer traço responderá à estimulação do meio. Isto quer dizer que, embora exista, à partida, um substrato genético, o facto constitui apenas um ponto de partida.
As experiências e trocas com o meio permitem que a inteligência se desenvolva numa ou noutra direcção.
Assim, um meio familiar ou escolar que permita a uma criança aceder à cultura poderá colmatar lacunas genéticas. Por seu turno, se a criança conviver com pessoas com aptidões artísticas ou sociais apuradas, poderá ter a possibilidade de desenvolver as suas capacidades nessa área.

Como avaliar?

Também os testes de inteligência têm suscitado grande polémica ao serem utilizados de forma redutora e abusiva. Os seus resultados foram algumas vezes o ponto de partida para o surgimento de comportamentos de discriminação social e racial. A partir da década de 60, muitos psicólogos denunciaram o facto de os testes terem institucionalizado a ideia de que a diferentes grupos étnicos, raciais e sociais correspondem diferentes aptidões cognitivas, hereditariamente determinadas.
É também enfatizado o facto de os testes alimentarem preconceitos culturais ao utilizarem fundamentalmente a experiência da cultura ocidental. São cada vez mais as vozes que contestam a possibilidade de se avaliarem as capacidades intelectuais de uma pessoa através de um número.
Embora não tenham sido colocados de lado, o que os psicólogos habitualmente fazem é todo um trabalho de contextualização daqueles resultados, isto é, não ficam reduzidos a um número que lhes indica o QI de determinado adulto ou criança, mas têm sempre em conta o contexto social em que o sujeito vive e também as condições emocionais em que aquele teste foi aplicado.
Muitas pessoas ficam tão ansiosas face a uma situação de teste que acabam por não corresponder às suas reais capacidades. Um psicólogo com alguma experiência tenderá a compreender os resultados e a interpretá-los tendo em conta estes factores.

Os sete tipos de inteligência de H. Gardner:

Segundo o psicólogo Gardner, existiriam sete tipos de inteligência, com regras de funcionamento próprias e que actuam de forma independente.

1. Inteligência lógico-matemática - aptidão para raciocinar, formular e validar hipóteses.
2. Inteligência linguística - aptidão verbal, mais concretamente as subtilezas de significado. Assegura a linguagem verbal e escrita.
3. Inteligência espacial - aptidão para representar o espaço, reconhecer e desenhar relações espaciais.
4. Inteligência musical - aptidão para cantar, tocar um instrumento, compor música.
5. Inteligência corporal-cinestésica - aptidão para controlar os movimentos de forma adequada e harmoniosa, como dançar, fazer atletismo, manipular e usar utensílios e objectos.
6. Inteligência interpessoal - aptidão para compreender e responder adequadamente aos outros.
7. Inteligência intrapessoal - aptidão para se compreender a si próprio.

Importância das expectativas criadas

Tanto as crianças como os jovens e os adultos são profundamente influenciados pelas expectativas - positivas e negativas - criadas sobre eles. Tratando-se de pessoas mais próximas e por isso mais significativas, como é o caso dos pais, professores, amigos, a questão acentua-se ainda mais. Daí a vital importância de os meios escolar e familiar confiarem e transmitirem confiança nas capacidades do sujeito (também chamado de "efeito de Pigmalião"). Os estudos comprovam que as baixas expectativas transmitidas durante períodos prolongados de tempo podem ter um papel preditivo, isto é, inconscientemente a pessoa irá tender para adoptar os comportamentos esperados, correspondendo às expectativas que depositaram nela.

1 comentário:

Fátima Campos disse...

Tânia

O seu blogue está actualizado e exprime bem a sua personalidade e a sua forma de estar e de ver a vida... esteticamente está muito bonito e agradável...
Parabéns

Fátima Campos